segunda-feira, 13 de julho de 2015

Inspira, expira...

Passei por uma experiência materna bem interessante hoje. Planejei almoçar num evento e esticar pra praia, só eu e a Lia. Planejei que quando chegássemos na praia ela tiraria a soneca e eu teria 1hora "livre" e depois ainda teríamos tempo pra brincar. Deu certo, ela cochilou e a deixei deitada na canga, debaixo do pé de amêndoa. Olhei por todos os cantos em volta, pra ter certeza q o ambiente estava seguro. Me afastei um pouco e voltei, afastei e voltei, sempre tudo ok. Resolvi mergulhar no mar. Sozinha. Água gelada na medida. Ondas comedidas. Há quanto tempo eu não fazia isso! Me lembrei do primeiro mergulho pós parto, a Lia tinha 2 meses. Uma sensação de alegria, liberdade, energia! Dei ali mais uns dois mergulhos de pinguim e saí do mar. Parece q ouvi um berro dela! Fui até lá correndo, continuava dormindo placidamente. Resolvi correr pra espantar o frio e liberar mais energia. Que sensação maravilhosa! Ar entrando e saindo, sangue pulsando, corpo em extremo funcionamento! E já q ela continuava no maior bom cochilo, me estiquei numas posturas de ioga, minhas costas agradeceram, estão esquecidas há praticamente 2 anos...
No meio de tanta experiência boa, minha cabeça borbulhava, rodopiava. Onde eu estava nesses 2 anos? E não contive a idéia de que o casamento que eu vivia era opressor. Parece que a gente não podia viver esses bons momentos, e quando podia, era fruto de muita insistência minha, olha, a gente morava ali do lado! Hoje mesmo, eu liguei pra ele poder ir até lá ver a Lia (a praia da Fazenda é do lado da vila Picinguaba), mas ele NÃO PODIA! Caramba... Como não podia? E era assim no nosso casamento, ele não tinha vontade de fazer coisas diferentes do dia-a-dia, como por exemplo ir à praia (sim, ir à praia se mantém como programação especial, mesmo quando se mora no litoral, mas obviamente é um diferente em menor frequência). Não fazia e dificultava que eu fizesse. E, sim, o cuidado com a Lia era quase sempre designado a mim desde sempre, só hoje consigo encontrar meios de respiro quanto a isso. E eu tinha vergonha de fazer posturas de ioga na frente dele, tinha medo de deixar a Lia dormindo debaixo de uma árvore, acho que eu tinha receio até de respirar na frente dele... Tudo podia ser recriminado. Era uma relação muito opressora.
Mas hoje eu me senti de novo. Respira, inspira. Não pira.


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