todo ano todo

essa é a história do mundo que vaiseacabá.

começa o ano, muitas promessas do fim do mundo, calendário maia, inca, himeneu, assim falou zaratrusta ou nostradamus, cada ano foi um que anunciou.

começa o ano no verão aqui no sul, muita chuva despenca, muito sol e calô. e tudo é motivo pra multidão toda acordar c'o fim do mundo: não fazia sol assim antigamente, não chovia tanto assim, que frio é esse em pleno janeiro? as vozes dizem se atropelando.

e qual foi a pessoa que pôs regra pro mundo continuá? o mundo continua ora aqui, ora acolá, ora ao sol, ora à neve. as regras têm é em jogo de futebol e de poker. até mesmo a música vem ensaiando a saída das regras (viva o jazz).

mas seguindo as normas, todo mundo reclama o fim do mundo todo ano. então que podiam se entrar na barca e se afundar todos na mesma inundação. fim do mundo é tanta gente reclamando alto e rasgando a natureza, sem nem ouvir o canto do passarim. os olhos dessas gentes que se viram pro vazio do buraco no meio da barriga e nem sequer erguem a cabeça pra ver a grande bola prateada suspensa no universo.